Naquele tempo, o homem criou a luz, a música e a dança. Depois, os castelos e as espadas, e por isso vivem entre a disputa da criação do melhor ao pior. Entre a cura do câncer à eutanásia, em poder da posse do dinheiro que fabrica as armas que estimulam as guerras, de onde surge a produção de mais um caos se espalhando entre tetos e sem tetos, derrubando vilas e lares. E na mesa da Casa Branca, as palavras são transformadas na desculpa de nos salvar, …em defesa própria?

Viajando no tempo vou por aí! Vivendo! Feliz, contente, impaciente. Louco, imprório, incalculista. Roendo osso, comendo o caroço e somando razão pra crer no sofrer, por aí vou eu, melhor do que mereço! Dizia eu numa canção: “Você pode querer me impedir de voar, mas nunca irá me derrubar!“

Cansado de tombos e trombadas, em pleno viver, já pra lá da terceira idade, continuo sonhando. Sonhar, faz me sentir capaz de ser livre para criar novos sonhos e colorir a vida de alegria e produzir felicidade. Adoro sonhar!

Apesar da minha fé às vezes amolada demais, sinto que meu tempo parece estar cada vez mais curto. Coisa séria da vida que não lembro jamais ter me preocupado antes. Me sinto útil somente a batucar, e mais útil ainda me sinto te vendo sorrir e a bailar.

Tempo? Até então, tempo é uma regra de Deus. Temos o livre arbítrio na interdependência ligada aos tempos, que nos prende à divina e incontestável regra de viver o tempo de agora, no céu e na Terra.

Quando o Deus da Bíblia criou o tempo, lhe deu o nome de Adão. Criou a vida chamada Eva entre todas as rosas, depois dos espinhos.

O tempo das Amélias rege o equilíbrio em sinfonias de reencarnações.
O tempo está nos passos, menos que nos abraços. Tempo marcado em minha crença, na esperança de ter vidas. Tempo que me incomoda na lembrança dos erros. O tempo não para e eu ainda penso em Cazuzar! O tempo de ontem não volta. Hoje, um novo tempo quer se eleger.

Tempo pra ninguém descansar de querer saber quando vai morrer. Tempo que não apaga o menor detalhe de esquecer. Tempo que cria a fé e a vontade que prevê a imagem do futuro! Tempo cortado em fatias que se chama Ano, que industrializa a esperança e a faz funcionar no limite da exaustão. Doze meses pra qualquer ser humano que se cansar, não entregar os pontos. Tempo do milagre e da renovação, pra tudo começar de um novo número, e acreditar nessa corrente que gira os geradores que ingere a terra e nesse cifrão que nos traz o pão e engole o nosso coração. Acreditar, que daqui pra frente, tudo vai ser diferente?

Vender a alma hoje em dia em tempo de utopia, é péssima idéia. Toda alma costuma ter um preço. Toda cama, toda lama. Toda hora tem um preso que mama na fama. Toda água e toda esperança em chama.

A gente tem tendência pra se tornar melhor que nosso pai em tudo, ou em quase tudo, principalmente na malandragem. Com a idade e o tempo, diminui a coragem e aumenta o medo, mas diga que é bobagem e mantenha segredo.

No tempo de criança brincávamos com a palavra TEMPO, dizendo:
“Um tempo perguntou pro tempo, quanto tempo tinha o tempo.
O tempo respondeu pro tempo, que não tinha tempo pra perder tempo!
Dá um tempo! Disse o tempo. Com o tempo passa!”

Tempo da girafa e da borboleta. Tempo da cobra e do cordeiro.
Tempo do lobo e do bobo. Tempo das rosas e do canto do sabiá.
Tempo de vento e chuva forte. Tempo de rir e de chorar. Tempo de toda criança conhecer o amor, sem tempo. Tempo pra tudo e não dá pra nada. O tempo do leão já era. O tempo agora é do bandido.

É tempo de se ligar!